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13/01/2021 às 14:47, Atualizado em 13/01/2021 às 17:46

“Não passou” - aumento de casos de COVID-19 requer esforço coletivo

Município tem intensificado ações de prevenção e combate ao novo Coronavírus, mas alerta para necessidade de conscientização

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Gestores gravaram recado em vídeo na página da Prefeitura no Facebook para realçar campanha de sensibilização. Foto: Jeferson Souza.

Sete óbitos. Esta é quantidade de vítimas da Covid-19 somente em Batayporã até o momento. São cinco mulheres e dois homens entre 56 e 80 anos. Tente substituir a frieza dos números por nomes e rostos. Fica mais fácil recordar que cada um representa uma vida interrompida, uma ausência que afetará profundamente a alguém. São pais, mães, avós, amigos, amores.

Diante da crescente taxa de contaminação pelo novo Coronavírus no País, o apelo é uníssono: conscientização. Evitar aglomerações, usar máscara corretamente e higienizar as mãos são medidas aparentemente simples, porém, ainda esbarram na resistência de muita gente.

“Temos as orientações, temos as normas de biossegurança: a gente precisa usar máscara, a gente precisa evitar aglomerações, precisa lavar as mãos. É preciso pensar que você está protegendo a vida do próximo. Essa batalha contra a Covid é uma via de mão dupla, não vamos vencer sozinhos”, apelou a secretária municipal de Saúde, Letícia Sanches.

Conforme Letícia, mesmo diante do esforço das autoridades públicas, como a articulação do Comitê de Enfrentamento à COVID-19, é preciso algo mais para controlar a pandemia: sensibilização. “As pessoas que estão trabalhando incansavelmente na linha de frente precisam que todos tenham empatia. Estamos falando de salvar vidas”, completou. Outra preocupação da gestora é fazer com que a população compreenda a complexidade das decisões tomadas no período.

Atualmente, está em vigência o decreto municipal n. 11, de 8 de janeiro de 2021. De acordo com texto do documento, são redefinidas “medidas temporárias de enfrentamento e prevenção à situação de emergência em saúde pública de importância internacional decorrente do novo Coronavírus”.

Com mais de 365 casos confirmados de Covid-19, sendo destes, 28 ativos até o último boletim epidemiológico, publicado em 12 de janeiro, ações mais incisivas precisaram ser adotadas, como o toque de recolher entre as 22h e 5h. A intenção é diminuir o movimento, inibindo aglomerações em estabelecimentos comerciais e locais públicos, além da promoção de festas e eventos.

Outros procedimentos foram requeridos de restaurantes, lanchonetes, padarias, conveniências, bares, sorveterias e similares, que só podem permitir consumo no local com a disponibilização de mesas com até quatro assentos, respeitado o limite máximo de até 30% do ambiente, distância de dois metros entre as mesas e o cumprimento de todos os procedimentos necessários para higienização do local.

A fim de diminuir os prejuízos financeiros ocasionados pela baixa do movimento, o decreto também prevê ampliação do horário para a realização de atendimentos por serviço de delivery. Todas as deliberações são uma tentativa de aplacar as múltiplas crises que chegaram com a pandemia. Novos comportamentos para se trabalhar, estudar, consumir e conviver socialmente sem comprometer a saúde pessoal e coletiva.

Nossa gestão está comprometida com a prevenção e enfrentamento, mas isso não basta. É necessária a consciência de cada cidadão”.

Germino Roz

Alerta regionalizado

As vítimas de Batayporã são uma realidade ainda mais triste quando relacionadas ao contexto da cidade vizinha. Nova Andradina abriga o Hospital Regional Francisco Dantas Maniçoba, que tem operado frequentemente perto da capacidade máxima da unidade de terapia intensiva (UTI) para Covid-19. Há um mês, o HR chegou a atingir 100% da taxa de ocupação. Principal referência de saúde do Vale do Ivinhema, Nova Andradina já registrou 21 mortes decorrentes do novo Coronavírus.

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Cuidados básicos e isolamento social ainda são carro-chefe para prevenir contágio. Foto: Freepik.

“Devemos olhar a situação em sua amplitude. Quanto mais prevenirmos, menos internações e, isso significa que teremos mais leitos disponíveis para os pacientes graves e mais estrutura para os cuidados e isolamento dos pacientes menos graves”, analisou o prefeito de Batayporã, Germino Roz (PSDB).

O Governo de Mato Grosso do Sul divulgou que, no último dia 12, na macrorregião de Campo Grande, a taxa de ocupação de leitos UTI SUS somou 91%. Em Dourados, o índice é de 74%, em Três Lagoas, 70% e em Corumbá 71%. Os percentuais refletem o alerta do Estado, que já contabilizou 2.587 vítimas fatais do vírus em um total de 145.048 infectados.

“É preciso entender que a pandemia não passou. As estatísticas são alarmantes e não podemos ficar indiferentes. Temos esperanças de iniciar em breve uma vacinação em massa, mas até lá, cabe a cada um fazer sua parte, inclusive, no período entre as doses da vacina. Nossa gestão está comprometida com a prevenção e enfrentamento, mas isso não basta. É necessária a consciência de cada cidadão”, pontuou o prefeito.